terça-feira, 3 de maio de 2016

Capitolina

A Machado de Assis


Oh! Flor do céu! oh! flor cândida e pura!
Que Deus, no mundo, colocou sem medo,
Rosto esculpido em pedra de ternura,
Obliquidade que esconde segredo

Nos olhos teus, onde a habita a doçura,
Tens, tu, do mar, a cópia, no enredo,
Consome o tempo, abocanha a figura,
Na tua ressaca, pois, eu me embebedo

Não te podes defender-se do marido,
Que, de ti, muitas falácias espalha,
Por parecer, do ciúme, preenchido

Contudo deixa-te viver com falhas.
Penses que nem tudo está desvalido:
Ganha-se a vida, perde-se a batalha.




2 comentários:

  1. Óh Maria Capitolina...que como mulher que és, sempre foi menina...
    Acreditar num amor, que amor mesmo nunca foi...
    Teu Bentinho nem de longe era teu...
    Só não queria ser da Igreja...
    Por isso, só por isso achou te amar!
    Quem ama, menina Capitu, nunca diz ao ser amado, palavras tão duras, desconfiando de tudo, do ser que diz amar!
    Que tu, tens amor, eu bem sei...
    Amor que espera, amor que se doa,
    Mas pensa VC, que se ele tem ciúmes, tbm tem amor?
    Se tivesse não te acusavas, nào te fazia sofrer!
    O amor que ele tem por VC, nào é amor...
    Somente o medo, de ser da Igreja,
    É que fez ele achar que te ama!
    Mas e o ciúme, pensa VC, não é sinônimo de amor?
    Te garanto minha querida menina mulher,
    Que ciúme não é amor!
    Que Bentinho te enganou...
    Mas o pior...é que ele tbm acredita que a ti tbm ama
    Se te consola...digo que acredito, em VC Capitu...só em VC!!




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  2. Que maravilha de poesia! Você captou bem a essência da majestosa história de Machado de Assis. Você é fera!

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