A mesa do
café estava posta.
O relógio da
sala, antigo cuco,
Herança do
avô materno,
Anunciava
cinco horas.
Lá fora o
vento soprava frio e manso,
Penteando o
topete das árvores,
Levando ao
longe tristezas e decepções.
O bem-te-vi
pousou no parapeito,
Olhou
aguçado para o bolo de fubá,
Que inundava
a saleta com seu cheiro brasileiro.
O bule de
prata majestoso se fazia,
Pois em suas
mãos estava a alma daquela simples tarde:
O café preto
que esquenta e conforta,
Quando o
bebemos reunidos em família,
Juntos como
um só indivíduo,
Abjetos ao
pecado e à maldade,
Puros,
Em viva
comunhão com a natureza.
Pois brotou,
ele, da nossa mãe-terra,
Que tanto é
explorada e consumida,
Pelo
dinheiro, pela posse e por poder.
Colhido
pelas mãos dos, já cansados,
Escravos de
um sistema sem justiça,
E saboreado
pela boca da jovem rica,
Vestida de
seda, com sapatos azuis.
Esse mesmo
café, presente naquela mesa,
E em outras
tantas deste vasto mundo,
Faz-se
bebida de inenarrável importância,
Gosto de
paz,
Cheiro de
alegria.
Ao me
embebedar com o sabor divino,
A Deus e a todos
os santos agradeço,
Porque
fizeram de mim digno de seu consumo.
Que eu
possa, nessa tarde,
Cujas flores
sorriem apaixonadas,
Pelo sol que
as banha galanteador,
Pedir por um
mundo com mais amor,
E tomar, com
fé, café.
Oie, Marcinho, que vontade daquele nossa cafezinho, hein? Com o meu pãozinho caseiro.... Hummmm... Passa em casa!
ResponderExcluirCafé...para mim, bebida dos deuses!
ResponderExcluirE eu, aqui, nesse frio, me sentindo como nunca, quiçá...uma deusa!
Com o gosto "gostoso" de uma deliciosa xícara de café!
Mesmo sem ser rica, nem ter roupa de seda, apenas um sapato azul...
Mas, mesmo assim, me sentindo abençoada tbm, por ter o privilégio,
De ter uma bebida Santa como essa em minhas mãos a hora que a vontade bate firme e solene,
E eu que de rogada nunca me faço, quando o assunto é café,
Faço logo um para mim...
E a me deliciar eu fico,
Sorvendo tranquilamente,
Saboreando esse líquido quente, que a meu ver, é dos deuses sim...
Pois a cada gole, ele me tira da Terra, e me lança ao céu,
Por isso imagino ser eu...uma deusa!